Cientistas descobrem novas espécies na Amazônia

Uma expedição de cientistas realizada este ano revelou novas espécies de animais na região do interflúvio dos rios Purus e Madeira, na região amazônica do Brasil. Segundo os especialistas, foram achados pelo menos quatro novas espécies de aves e uma nova de macaco.
Além disso, eles identificaram diversos tipos diferentes de insetos e plantas, que ainda estão sendo analisados para se descobrir se são espécies novas ou não.

Insetos em geral, como este homóptero, mostram uma grande diversidade, muitas vezes estranha e ainda pouco conhecida
"É muito cedo para saber quantas espécies novas nós encontramos", disse à BBC Brasil o biólogo Mario Cohn-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), que liderou a expedição.
"O que nós sabemos de cara é que encontramos um macaco novo, que vai ser descrito como uma subespécie por uma tecnicalidade taxonômica, mas que pode também ser considerado uma espécie nova. Ele foi avistado com outro macaco, quase certamente uma espécie nova, mas cujos dados não foram coletados."
"Além disso, foram encontradas na região pelo menos quatro espécies novas de aves." Os cientistas divulgaram imagens feitas durante as duas expedições, realizadas em abril e julho deste ano. As imagens da nova subespécie de macaco não foram reveladas, pois devem ser divulgadas apenas após a publicação de artigos científicos.

Espera-se que a maioria dos opiliões e muitas das aranhas encontradas sejam espécies novas
Segundo Cohn-Haft, a região do interflúvio Purus-Madeira é uma área de grande biodiversidade dentro da Amazônia, pois possui diversos tipos diferentes de ambientes - desde florestas, campos naturais não-florestais e regiões de bambus.
"Essa heterogeneidade (de ambientes) leva a uma biodiversidade muito grande, porque cada ambiente tem espécies novas. Além disso, há poucos estudos anteriores. É uma parte da Amazônia quase inexplorada."
O Projeto Geoma que promoveu as expedições é formado por entidades científicas de diversas áreas diferentes, entre elas o Inpa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
Além do financiamento do ministério de Ciência e Tecnologia do governo brasileiro, através da rede Geoma, os cientistas também fizeram parceria com a Petrobras, que cedeu um helicóptero para uso do projeto.
Os cientistas planejam voltar para a região, mas ainda não organizaram uma nova expedição.
Fonte: BBC Brasil

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