A Importância do Estudo da Biologia


A Biologia é um ramo do conhecimento que exerce grande fascínio em todos que nela se aprofundam, pois tenta explicar os fenômenos ligados à vida e à sua origem. Inicialmente, a biologia tinha um caráter mais contemplativo e descritivo da natureza, no entanto, hoje, os diversos avanços tecnológicos têm permitido um estudo mais investigativo e detalhado dos seres vivos e dos processos biológicos.
Devido à grande diversificação e especialização das áreas de estudo da biologia, é pouco provável que uma única pessoa consiga deter todos os conhecimentos disponíveis nessa grande área. Essa diversificação levou ao surgimento de uma infinidade de termos e conceitos específicos em cada subárea. Infelizmente, o estudante que está iniciando na Biologia, muitas vezes se perde nessa terminologia e acaba por não se entusiasmar com a beleza do conhecimento em biologia. A estrutura do nosso ensino médio e a forma de acesso ao terceiro grau tem estimulado esse tipo de atitude. É nosso dever, portanto, mostrar ao estudante recém ingresso na universidade que a Biologia é bem mais do que uma simples "decoreba" para passar no vestibular.
A biologia está presente no nosso dia-a-dia e influencia diretamente as nossas tomadas de decisão, mesmo que não se perceba de pronto. Mas basta observarmos o consumo de bebidas alcoólicas, drogas, alimentos geneticamente modificados, agricultura orgânica, AIDS, gravidez na adolescência, higiene, prática de atividades físicas, preservação do ambiente, poluição, são temas que facilmente explicados com os conhecimentos advindos da biologia. Portanto, o estudo desta ciência requer uma postura mais crítica, para que possamos entender os processos biológicos por uma visão holística e assim tomarmos decisões mais coerentes com a realidade que nos cerca.

Novo método estuda diversidade dos homens de Neandertal


Cientistas estimaram que um total inferior a 3,5 mil fêmeas de Neandertal capazes de ter filhos viviam simultaneamente na Europa entre 70 mil e 38 mil anos atrás - e utilizaram para o cálculo um método mais rápido e potencialmente muito mais barato do que sequenciar genomas completos.

Celebridades científicas como Craig Ventner podem ter passado por sequenciamento completo de seus genomas, mas os restos dos homens de Neandertal são fragmentários e estão contaminados demais para propiciar bom custo/benefício ao trabalho de sequenciamento de seus genomas, de acordo com Adrian Briggs, aluno de pós-graduação no laboratório de genética evolutiva de Svante Paabo, no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, Alemanha.

Briggs e colegas da Espanha, Croácia, Rússia e outras instituições da Alemanha optaram por identificar sequências curtas do genoma dos homens de Neandertal a fim de estudar a diversidade genética entre cinco espécimes localizados nesses países.

A técnica de sequenciamento adotada, conhecida como captura de extensão primal, compara sequências alvos escolhidas em um genoma de referência -no caso um genoma mitocôndrico previamente sequenciado para os homens de Neandertal - com DNA extraído e amplificado de uma nova amostra, tal como um osso da perna de outro Neandertal.

O estudo, publicado pela revista Science, também submete o novo método a teste ao tentar resolver questões quanto à diversidade dos homens de Neandertal.

Espécie estreitamente aparentada
Os pesquisadores utilizam a diversidade genética como um relógio que permite avaliar por quanto tempo grupos de indivíduos viveram distantes uns dos outros. Quando a equipe comparou a diversidade genética do DNA mitocôndrico, ou mtDNA, de seis indivíduos Neandertal, encontrou diversidade muito menor do que se poderia esperar entre seis amostras de europeus modernos encontrados em dispersão semelhante.

A diferença implica em que, entre 70 mil e 38 mil anos atrás, as comunidades de homens de Neandertal vivessem em bolsões menores e mais isolados. A equipe estima que entre 2,7 mil e 3,5 mil fêmeas capazes de gestação convivessem a um só tempo na região como parte da população total, que incluiria também suas famílias e outros homens e fêmeas de Neandertal incapazes de procriar. A estimativa da equipe quando ao número de fêmeas capazes de procriar é semelhante à de uma avaliação anterior com base no genoma de um único homem de Neandertal.

Tanto Degioanni quanto Briggs esperam que futuros estudos de DNA nuclear, material mais complexo e que contém mais variações, ajudem a dirimir de maneira mais definitiva a questão da diversidade.

Paleogenômica para as massas
Briggs, Paabo e seus colegas são parte do Projeto do Genoma Neandertal, um consórcio internacional que está trabalhando para sequenciar todo o genoma dos homens de Neandertal. Em companhia de um projeto paralelo comandado por Edward Rubin no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, em Berkeley, Estados Unidos, as equipes sequenciaram extensas seções do genoma Neandertal nos últimos anos, utilizando métodos de divisão do DNA em pequenos fragmentos, que são sequenciados, montados e comparados em busca de sobreposições.

Os grupos estimam o momento em que a evolução dos Neandertal e dos seres humanos divergiu, e estudam traços físicos que podem estar codificados no genoma Neandertal, tais como cor de cabelo e capacidade de fala.

O método continua a ser o mais eficiente para a obtenção de uma sequência genômica plena. Mas aplicá-lo a amostras tão antigas pode ser difícil, dada a contaminação destas por DNA distinto. Briggs diz que "é preciso remover muitos resíduos antes de encontrar uma sequência que interesse. Um osso que estudamos pode conter até 99% de DNA bacteriano". DNA de humanos modernos também pode contaminar as amostras.

O biólogo Tom Gilbert, da Universidade de Copenhagen, Dinamarca, concorda. "O método em geral garante que os nucleotídeos sejam sequenciados múltiplas vezes, permitindo que uma sequência precisa seja obtida", diz. Porque Briggs e seus colegas conseguiram utilizar o método para os Neandertal, Gilbert afirma que isso pode levar outros pesquisadores a retornar a amostras anteriormente estudadas de outras espécies paleolíticas, como o mamute.

Projetos de sequenciamento completo, como os mencionados anteriormente, requerem verbas significativas para cobrir o custo do sequenciamento de todo o genoma, um trabalho dispendioso. Mas Gilbert diz que a alternativa mais barata de captura de extensão primal, somada a outras abordagens que estão em desenvolvimento e se baseiam no uso de métodos de sondagem, pode representar "um passo essencial para abrir o estudo da paleogenômica às massas".

Tradução: Paulo Migliacci ME

Aranhas Não Mudam!


Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside e da Universidade de Wyoming, descobriram que a base para a receita do fio remonta aos primeiros "tecedores de círculos" surgidos há 125 milhões de anos e que há muito pouca coisa a ser melhorada nesta receita, conforme matéria publicada na revista Science e Jornal The New York Times de abril 2001


Também decifraram proteínas de fio a partir de diversas espécies de linhagens antigas e primitivas de aranhas, que remontam a 400 milhões de anos, notando algumas diferenças, o que confirma a existência de ampla variedade de tecidos que ainda estariam por ser descobertos entre as 35.000 espécies de aranhas existentes.
Sem temperaturas muito elevadas, pressão exagerada ou poluição, as aranhas são capazes de produzir uma corrente contínua de seu fio, uma das fibras mais poderosas que existem: Por ser leve e elástico, é mais forte do que o aço, porém é facilmente reciclável, e poderia em diversas circunstâncias substituir o plástico.
"Ela é benéfica ao ambiente e é uma superfibra", afirma o Dr. David P. Knight, um pesquisador da Universidade de Oxford, Inglaterra.


Porém, extrair a seda da aranha para utilização comercial é algo bastante problemático. As aranhas, por serem predadoras, não vivem próximas umas às outras, o que inviabiliza centros de produção de larga escala.
Mas, algo deve ser registrado: apesar de todo nosso progresso industrial, as aranhas continuam sendo as melhores fabricantes. "Elas estão no ramo há 400 milhões de anos", afirma o Dr. Knight, de Oxford. "Trata-se de um longo período de pesquisa e investimento".

Fonte: The New York Times - Kenneth Chang

Serpentes


Tem como características principais a ausência de membros locomotores, pálpebras móveis e orifício auditivo (não tem pernas e braços, ouvidos e pálpebras) e uma característica especial que faz com que tenham uma grande abertura da mandíbula, possibilitando engolir presas maiores que sua boca.
As serpentes possuem aproximadamente 200 vértebras, podendo chegar a mais do que isso nas grandes serpentes como as sucuris. A pele é muito elástica e dilatável, o que vai auxiliar também na alimentação quando engolem presas muito grandes.
Habitam todas as regiões da Terra, como nos mares, terra e rios, sendo mais encontradas em climas quentes, mas aparecem em climas temperados ou frios.
Não mastigam suas presas, usam os dentes apenas para segurar o alimento, onde nessa etapa o veneno age com uma ação digestiva, sua língua é alongada e bífida que tem como função recolher partículas que são levadas a um órgão sensorial (órgão de Jacobson) que tem função entre olfativa e gustativa.
As serpentes mesmo depois de mortas, apresentam movimentos reflexos, contraindo seus maxilares, o que pode ser perigoso quando se tratar de uma serpente peçonhenta, que pode ter o risco de conter veneno nos dentes inoculadores.
O órgão sensorial mais importante das serpentes peçonhentas, com exceção da coral verdadeira, á a fosseta loreal, que é um sistema termo-receptor bem desenvolvido. É através da fosseta que elas percebem a aproximação de animais, principalmente os de sangue quente. Conseqüentemente usando para defesa e procura por alimentos.
As serpentes podem ser ovíparas (põem ovos), ocorre três a quatro meses de fecundação, depois os ovos são depositados e envoltos por um líquido viscoso que os mantém unidos, a desova é feita em locais úmidos e quentes onde as serpentes abandonam seus ovos, com exceção das surucucus. Os ovos incubarão num período de aproximadamente de três meses ou mais. e ovovivíparas (os filhotes se desenvolvem quase que inteiramente dentro do oviduto, ainda no próprio ventre materno), esse processo demora mais ou menos três meses ou mais para incubar até o nascimento dos filhotes.

Ornitorrinco


Conhece-se apenas um, pertencendo à ordem dos Monotrematos, que possa ser considerado como portador de um aparelho venenoso, é o Ornithorhynchus paradoxus ou Ornitorrinco.
Tem a cabeça munida de um bico de pato achatado, com dois dentes cornificados. O seu rabo é largo e plano; os seus pés são curtos e munidos de cinco dedos com unhas reunidas por uma membrana.
Vive exclusivamente na Austrália. Nada habitualmente e alimenta-se de vermes e pequenos peixes.
Os machos possuem nas patas posteriores um esporão com um orifício na sua extremidade. O esporão liberta, quando o animal deseja, um líquido venenoso secretado por uma glândula situada ao longo da coxa e com a qual o esporão comunica por um longo conduto subcutâneo.
O veneno do Ornitorrinco é bastante fraco e no Homem causa dores, mas nunca a morte.
O animal crava os seus esporões por meio de uma forte pancada dada com as patas, para trás, sendo a sua função possivelmente defensiva e não representando uma adaptação predatória, pois, tanto pela posição como pelo tipo de presas de que se alimenta, o Ornitorrinco não é adequado para a caça.
Para um observador pouco versado em zoologia, a presença do esporão e da glândula venenosa pareceria implicar uma semelhança com os répteis; contudo, a semelhança não é mais do que superficial, pois tratam-se de estruturas distintas num e noutro caso.
É interessante referir que o esporão está presente em ambos os sexos quando são jovens, mas, mais tarde, degenera na fêmea.
A toxicidade é muito fraca, menos cerca de 5.000 vezes menor que a do veneno das serpentes australianas.

Abelhas


As abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil em 1839. Posteriormente, em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera ligustica). Essas duas subespécies foram levadas principalmente ao sul do Brasil.
Já em 1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), identificadas anteriormente como Apis mellifera adansonii.
As abelhas africanas e seus híbridos com as abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas que, hoje, dominam toda a América do Sul, a América Central e parte da América do Norte.
O veneno da abelha é um dos mais conhecidos venenos dos Himenópteros. Os procedimentos modernos de bioquímica mostraram que se trata duma substância muito complexa.
Na pele dos animais e do Homem, a injeção do veneno provoca: dor, calor, tumor, rubor.
O veneno da Apis mellifera é uma mistura complexa de substâncias químicas com atividades tóxicas.
São agentes bloqueadores neuromusculares. Podendo provocar paralisia respiratória.
As reações desencadeadas pela picada de abelhas são variáveis de acordo com o local e o número de ferroadas, as características e o passado alérgico da pessoa ou animal atingido.
Habitualmente, após uma ferroada, há dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, por várias horas ou dias.
Existem pessoas muito sensíveis ao veneno das abelhas, podendo levar a morte por choque anafilático ou pelo edema de glote.
O veneno remonta aos tempos mais antigos. O veneno de abelha tem sido objeto de um grande número de investigadores de caráter medicinal.
Existem já estudos de parte da composição química e sua atividade fisiológica no Homem e nos Animais.
Em vários países utilizam-se de medicamentos preparados com princípios ativos do veneno de abelha.
São utilizados em inúmeras situações, como reumatismo agudo e crônico e artroses.
As picadas de abelhas são muito freqüentes, a sua benignidade é regra e a gravidade é a exceção, no entanto, não podemos ignorar a possibilidade de morte após uma picada. Mas, nem todos os efeitos do veneno de abelha são negativos. As picadas não são apenas malignas.

Onça Pintada


Onça pintada * espécie ameaçada
Nome científico: Panthera onca
Onde vive: savanas, florestas úmidas às margens de rios e ambientes campestres desde a Amazônia e Pantanal até os Pampas Gaúchos.
Quanto pesa: 36 a 158 kg
Filhotes: 1 a 4 por gestação
A onça pintada ou jaguar, possui hábitos noturnos e é solitária. Necessita de pelo menos 2 kg de alimento por dia. Excelente caçadora e nadadora, costuma abater pacas, catetos, capivaras, veados e até peixes, selecionando naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas. Pode também caçar macacos e aves. É muito cautelosa, para abater a sua vítima desloca-se contra o vento e, aproximando-se silenciosamente, surpreende a presa saltando sobre seu dorso. Na época de reprodução, as onças perdem um pouco os hábitos individualistas e o casal demonstra certo apego, inclusive cooperando mutuamente na caça. Normalmente, o macho separa-se da fêmea antes dos filhotes nascerem. Apesar de tão temida, foge da presença humana. Vive em média 20 anos.

Box Jellyfish (água-viva)


Um dos mais mortais animais na face da Terra, também chamada de "Sea Wasp".
Essa água-viva, com corpo meio quadrado, habita o Norte e Nordeste da Austrália, e pode ser encontrada por toda a extensão da Barreira de Corais, ou seja: Por cerca de 2.000 Km.
A toxina presente nos tentáculos que chegam à muitos metros de comprimento, é tão forte, que os poucos sobreviventes de um encontro com uma Box Jellyfish, descrevem a dor mais como um choque elétrico constante, do que uma queimadura. Após o contato, a pessoa provavelmente sairá do mar gritando, e irá desmaiar na areia com marcas no corpo, como se fossem chicotadas. Dependendo da extensão da área afetada, parada Cárdio-Respiratória, ocorre em menos de 3 minutos, sendo necessário a aplicação de respiração boca a boca e compressão torácica.
Aconselha-se não abandonar a vítima para buscar socorro, e sim conseguir de alguma forma, que outros o façam.
A Box Jellyfish é responsável na Austrália por mais mortes que Tubarões, Crocodilos e Cobras. Não existem antídotos conhecidos, porém a aplicação de vinagre na área atingida reduz um pouco a dor, até que uma ambulância chegue ao local. Atenção médica para salvar a vítima é indispensável.
Dica: Jamais tente sem estar usando luvas de borracha, retirar os tentáculos enrolados em uma pessoa, pois serão 2 candidatos à ir pro céu. Igualmente, ao tentar ressuscitar a vítima, tome muito cuidado para seu corpo não entrar em contacto com as áreas afetadas ou partes da Box Jellyfish.
Atuando sobre o sistema nervoso, pode provocar na vítima, no espaço de minutos, uma transpiração abundante, cegueira, falta de ar e morte. Alguns biólogos classificaram o veneno deste como o mais potente de todos. Nos últimos 25 anos, 60 pessoas morreram enquanto tomavam banho nas praias de Queenslândia, na Austrália, por terem tocado nestas medusas.

Cientistas podem limitar pesquisa com inteligência artificial


Robô pessoal se conecta à tomada quando precisa de recarga de energia

Um robô que pode abrir portas e encontrar tomadas para se recarregar. Vírus de computador que ninguém consegue deter. Predadores teleguiados que, embora ainda controlados remotamente por humanos, são quase uma máquina capaz de matar autonomamente.

Impressionados e alarmados com os avanços na inteligência artificial, um grupo de cientistas da computação está debatendo se deve haver limites nas pesquisas que podem levar à perda do controle humano sobre sistemas computacionais, que carregam parte crescente da carga de trabalho da sociedade, do combate bélico a conversas com consumidores ao telefone. Sua preocupação é de que avanços futuros possam criar profundas divisões sociais e até ter consequências perigosas.

Como exemplos, os cientistas citam tecnologias diversas, como sistemas médicos experimentais que interagem com pacientes para simular empatia ou worms e vírus de computador que resistem ao extermínio, podendo-se até considerar que estejam no estágio "barata" de inteligência das máquinas.

Embora concordem que ainda estamos longe de um HAL, o computador que assumiu a espaçonave de "2001: Uma Odisseia no Espaço", esses cientistas afirmam que há uma preocupação legítima de que o progresso tecnológico possa transformar a mão de obra, acabando com uma ampla variedade de empregos e forçando humanos a aprender a conviver com máquinas que reproduzem cada vez mais comportamentos humanos.

Os pesquisadores - eminentes cientistas da computação, pesquisadores de inteligência artificial e roboticistas que se encontraram no centro de convenções Asilomar Conference Grounds, em Monterey Bay, Califórnia - em geral descartaram a possibilidade de superinteligências altamente centralizadas e a ideia de que inteligência possa se disseminar espontaneamente pela internet. Mas concordaram que robôs capazes de matar autonomamente são ou serão em breve uma realidade.

Eles deram atenção particular ao espectro de criminosos que exploram sistemas de inteligência artificial durante seu desenvolvimento. O que um criminoso poderia fazer com um sistema de simulação de voz capaz de se passar por um ser humano? O que aconteceria se a tecnologia de inteligência artificial fosse usada para coletar dados pessoais em smartphones?

Os pesquisadores também discutiram possíveis ameaças a empregos, como carros de direção autônoma, programas de assistentes pessoais e robôs domésticos. No mês passado, um robô doméstico desenvolvido pela Willow Garage, do Vale do Silício, provou que funcionaria no mundo real. Um comunicado da conferência, que aconteceu a portas fechadas em 25 de fevereiro, será publicado até o fim do ano. Neste mês, alguns dos presentes discutiram a reunião pela primeira vez com outros cientistas e em entrevistas.

A conferência foi organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, que, ao escolher Asilomar como local dos debates, evocou propositadamente um evento crucial da história da ciência.

Em 1975, os mais eminentes biólogos do mundo se encontraram em Asilomar para discutir a nova habilidade de remodelar a vida pela troca de material genético entre organismos. Preocupados com possíveis riscos biológicos e questões éticas, cientistas chegaram a interromper certos experimentos. A conferência resultou em diretrizes para a pesquisa de DNA recombinante, permitindo que as experiências continuassem. O encontro sobre o futuro da inteligência artificial foi organizado por Eric Horvitz, pesquisador da Microsoft que é hoje o presidente da associação.

Para Horvitz, cientistas da computação devem ser responsabilizados caso máquinas superinteligentes e sistemas de inteligência artificial saiam do controle.

A ideia de uma "explosão de inteligência", em que máquinas criam outras ainda mais inteligentes foi proposta pelo matemático I. J. Good em 1965. Mais tarde, em palestras e romances de ficção científica, o cientista da computação Vernor Vinge popularizou a noção de um momento em que humanos criarão máquinas mais inteligentes que pessoas, mudança brusca que "encerraria a era dos homens". Ele chamou tal transformação de Singularidade.

Essa visão, absorvida pelo cinema e a literatura, é considerada plausível e perigosa por cientistas como William Joy, cofundador da Sun Microsystems. Outros tecnólogos, sobretudo Raymond Kurzweil, têm exaltado a chegada de máquinas ultrainteligentes, dizendo que elas oferecerão avanços gigantescos para aumentar a expectativa de vida e a geração de riqueza.

"Algo novo tem acontecido nos últimos cinco a oito anos", disse Horvitz. "Tecnólogos estão substituindo a religião, com ideias que ressoam de forma semelhante a um arrebatamento cristão."

A versão de Kurzweil de utopia tecnológica conquistou imaginações no Vale do Silício. Neste verão americano, uma organização chamada Universidade da Singularidade começou a oferecer cursos que preparam um núcleo de pessoas que dariam forma aos avanços e ajudariam a sociedade a lidar com os desdobramentos.

"Sentia que mais cedo ou mais tarde precisaríamos assumir algum tipo de posição ou avaliação, dada a voz crescente de uma elite tecnológica e de pessoas preocupadas com a ascensão das máquinas inteligentes", disse Horvitz.

O comunicado da associação vai procurar tratar da possibilidade de "perdas do controle humano sobre inteligências baseadas em computador". Segundo Horvitz, o anúncio também vai abordar questões socioeconômicas, legais e éticas, além de mudanças prováveis nos relacionamentos entre humanos e computadores.

Como seria, por exemplo, se relacionar com uma máquina que é tão inteligente quanto seu cônjuge? Horvitz explicou que o grupo estuda diretrizes de pesquisa para a tecnologia melhorar a sociedade, não para levá-la a uma catástrofe tecnológica. Algumas pesquisas, por exemplo, poderiam ser conduzidas em laboratórios de segurança máxima.

O encontro pode ser essencial para o futuro da inteligência artificial. Paul Berg, que organizou o encontro de 1975 em Asilomar e recebeu o Prêmio Nobel de química em 1980, acredita ser importante que as comunidades científicas envolvam o público antes que o alarde e a oposição se tornem inabaláveis.

"Se demorar demais e os lados se entrincheirarem como com os AGM", disse se referindo a alimentos geneticamente modificados, "então será muito difícil. É complexo demais e as pessoas não se escutam."

Tom Mitchell, professor de inteligência artificial e aprendizagem de máquinas da Universidade Carnegie Mellon, disse que a reunião de fevereiro havia mudado suas concepções. "Fui muito otimista sobre o futuro da IA e achava que Bill Joy e Ray Kurzweil estavam errados em suas previsões", disse. No entanto, acrescentou, "o encontro fez com que eu quisesse falar mais francamente sobre esses temas e, em particular, me expressar sem rodeios a respeito da vasta quantidade de dados coletados sobre nossas vidas pessoais".

Apesar de suas preocupações, Horvitz disse ter esperança de que a pesquisa em inteligência artificial beneficie humanos e talvez mesmo compense algumas falhas humanas. Recentemente, ele apresentou um sistema de fala que desenvolveu para perguntar a pacientes sobre seus sintomas e responder-lhes com empatia.

Quando uma mãe disse que seu filho estava com diarreia, o rosto no monitor disse: "É uma pena, lamento ouvir isso". Um médico lhe disse mais tarde que era maravilhoso o sistema responder a emoções humanas. "É uma ótima ideia", disse o médico, segundo Horvitz. "Não tenho tempo para isso."

vc repórter: congresso reúne estudantes de biologia em Campinas



Teve início nesta segunda-feira o IX Congresso Aberto aos Estudantes de Biologia (Caeb) nas dependências da Unicamp, em Campinas (SP). O evento, organizado e realizado por alunos, acontece até sexta-feira, 31/7.
A cerimônia de abertura foi feita nesta manhã no Ciclo Básico I da instituição. Às 14h houve a palestra ministrada com o Professor Todd Dawson, da Universidade da Califórnia, sobre o papel das plantas no ciclo da água.
Além de promover a integração entre estudantes, professores e profissionais, o Caeb busca incentivar e organizar o debate sobre questões relativas às Ciências Biológicas. Os congressistas participam de palestras, mini-cursos, mesas redondas e apresentações de trabalhos científicos das áreas estudadas.
Dezoito cursos estão programados: perspectiva de cura do câncer, multiculturalismo e ensino de ciências, ilustração biológica e animais potencialmente perigosos de ambientes aquáticos são alguns dos temas a serem abordados.
Os melhores trabalhos apresentados durante o Caeb serão premiados durante a cerimônia de encerramento que acontece às 16h desta sexta-feira. Os três primeiros colocados nas categorias molecular, ambiental, saúde e educação/extensão receberão prêmios.
De acordo com a organização do Caeb, 1.110 pessoas se inscreveram para o evento. A primeira edição foi em 1996 e surgiu com o intuito de ampliar e diversificar a Semana de Estudos de Biologia da Unicamp.

Estudo cria carne bovina em pó com baixo teor de sal e gordura

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram um tipo de carne bovina que mantém o padrão nutritivo e, além de ajudar as pessoas que não podem mastigar alimentos sólidos, ainda possui teores de gordura saturada e sal menores que a versão tradicional. Trata-se da carne em pó solúvel - sem a adição de temperos, estabilizantes e corantes industrializados - que pode ser utilizada em dietas e dissolvida rapidamente em sopas, purês, cremes e patês.

O alimento é produzido a partir de cortes magros da parte dianteira e traseira do boi após o abate para, depois, serem misturados a uma solução rica em proteínas de alto valor biológico e ferro. O processo é submetido ao controle de qualidade do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

A agência USP informou que testes com o produto receberam boa aceitação entre pacientes de cirurgias bariátricas (redução de estômago) e pós-operatório de cirurgias labiopalatinas. Cada 100 g de carne em pó possui 80g de proteínas de alto valor biológico, 335 calorias e apenas 1,6 g de gordura. Conforme dados do Inmetro, na mesma quantidade de contra-filé grelhado sem gordura, são encontrados 2,02 g e no lombo grelhado sem gordura, 3,30 g.

"Numa pessoa adulta, uma porção de 15 a 20 g de carne em pó supre as necessidades diárias de proteína animal, ao lado da ingestão de leite e ovos", explicou à agência USP a nutricionista Suely Prieto de Barros, do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da USP de Bauru, uma das responsáveis pelo projeto. O objetivo do estudo é oferecer um produto que possa ser encontrado no mercado a um preço acessível.

Ainda em fase experimental, os pesquisadores descobriram que a carne em pó também é indicada para pacientes que realizaram cirurgias de cabeça e pescoço, câncer (quimioterapia e radioterapia), esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral, traumas múltiplos, Parkinson, Alzheimer, megaesôfago chagásico, entre outros.

Além de Suely, o alimento foi desenvolvido por Silvia Justina Papini-Berto, nutricionista e professora da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, e Maria Inês do Val Maringoni Marques, nutricionista do HRAC.

Falta de apoio a projetos ousados pode estar matando pesquisa sobre câncer

Pesquisas inovadoras têm grande dificuldade de conseguir verba nos EUA.
Cientistas se sentem forçados a propor apenas ideias seguras e 'chatas'.

Gina Kolata Do 'New York Times'
Entre as recentes verbas concedidas pelo Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, está uma para um estudo questionando se as pessoas especialmente receptivas a comidas saborosas possuem maior dificuldade em se manter numa dieta. Outro estudo avaliará um programa baseado na web capaz de estimular famílias a escolherem alimentos mais saudáveis.


Ewa T. Sicinska, pesquisadora do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston (Foto: Bryce Vickmark/The New York Times)
Muitas outras verbas envolvem pesquisas biológicas que dificilmente serão pioneiras em algo. Por exemplo, um projeto examina se uma descoberta em laboratório envolvendo câncer de cólon também se aplica a câncer de mama. Porém, mesmo aplicável, ainda não existe tratamento que explore essa descoberta.

O instituto gastou 105 bilhões de dólares desde que o presidente Richard M. Nixon declarou guerra à doença, em 1971. A Sociedade Americana do Câncer, o maior financiador privado da pesquisa sobre câncer, gastou cerca de US$ 3,4 bilhões em verbas de pesquisas desde 1946. Mesmo assim, a luta contra a doença vai mais devagar do que a maioria esperava, com apenas pequenas mudanças na taxa de mortalidade nos quase 40 anos desde seu início.

Um dos principais impedimentos, dizem os cientistas, é o próprio sistema de concessão de verbas. Ele se tornou uma espécie de programa de empregos, uma forma de manter laboratórios de pesquisa indo, ano após ano, com o entendimento de que o foco estará em projetos pequenos – sem muitas probabilidades de dar passos significativos na direção da cura do câncer.

“Essas concessões não são inúteis, mas estão inclinadas a produzir somente progresso incremental”, disse o Dr. Robert C. Young, chanceler do Fox Chase Cancer Center, na Filadélfia, e diretor do Quadro de Conselheiros Científicos, um grupo independente que faz recomendações ao instituto.

Os pesquisadores escolhem tais projetos, pois, sem o dinheiro para financiar a maioria das propostas, eles ficam receosos em correr riscos e escolher algo que possa não obter sucesso. O problema, segundo Young e outros, é que projetos capazes de fazer uma enorme diferença na prevenção e no tratamento do câncer são descartados por serem incertos demais. Na verdade, tem se tornado uma tradição entre pesquisadores do câncer que descobertas inovadoras envolvam projetos com grandes chances de fracasso e, por isso, não tenham recebido verbas federais – forçando pesquisadores a lutar vigorosamente para continuar.

Veja por exemplo uma droga transformativa, para câncer de mama. Ela foi baseada na descoberta do Dr. Dennis Slamon, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, de que cânceres de mama muito agressivos possuem diversas cópias de uma proteína em particular, a HER-2. Isso levou ao desenvolvimento da herceptina, uma droga capaz de bloquear a HER-2.

Bom prognóstico
Hoje, mulheres com HER-2 em excesso, que antes recebiam os piores prognósticos de câncer de mama, hoje recebem prognósticos dos melhores. Todavia, quando Slamon queria iniciar sua pesquisa, a verba foi recusada. Ele só a conseguiu depois que a agradecida esposa de um paciente o ajudou a obter dinheiro da Revlon, a companhia de cosméticos.

Entretanto, estudos como aquele sobre comidas saborosas conseguem as verbas. Esse projeto, que recebeu uma verba de 200 mil dólares ao longo de dois anos, é baseado na ideia de que, como a obesidade é associada a um maior risco de câncer, compreender como as pessoas enfrentam problemas para emagrecer poderia levar a melhores métodos de controle de peso. Portanto, devido a tal justificativa, conclui-se que o devido controle poderia levar a menos obesidade – e em consequência, menos câncer.

“Foi a primeira concessão de verba à qual me submeti, e consegui o dinheiro na primeira tentativa”, disse o pesquisador-chefe Bradley M. Appelhans, um professor-assistente de ciências médicas básicas e psicologia da Universidade do Arizona. Appelhans afirmou estar ciente de que o trabalho dificilmente curaria o câncer, mas espera “oferecer conhecimento para contribuir de forma incremental com estratégias mais efetivas para a prevenção de câncer”. Até mesmo importantes funcionários federais da área dizem que o sistema precisa ser alterado.

“Temos um sistema que funciona muito bem no geral, e é muito bom em rejeitar coisas ruins – nós não custeamos pesquisas ruins”, disse o Dr. Raynard S. Kington, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, que inclui o instituto do câncer. “Mas dado isso, nós também reconhecemos que o sistema provavelmente traz desincentivos para financiar pesquisas verdadeiramente transformativas."

A Sociedade Americana do Câncer, uma organização privada, segue um caminho similarmente cauteloso. No ano passado, ela concedeu US$ 124 milhões em verbas de pesquisa, com o dinheiro vindo de alguns grandes doadores e de eventos como passeatas ou contribuições memoriais. O Dr. Otis W. Brawley, diretor médico da sociedade, disse que todo o esforço de pesquisa relativa ao câncer estava cauteloso demais.

Selvagens
“O problema na ciência é que a maneira de ir para frente é se manter dentro de estreitos parâmetros e fazer o que os outros estão fazendo”, disse Brawley. “Ninguém quer financiar ideias inovadoras, selvagens”. Ele acrescentou que o problema de se conseguir dinheiro para propostas imaginativas, porém arriscadas, piorou nos últimos anos. Existem mais cientistas buscando verbas – eles surgiram no campo na década de 1990, quando o orçamento do Instituto Nacional de Saúde foi dobrado, antes de afundar novamente.

Isso torna muitos pesquisadores, que precisam das verbas não só para manter seus laboratórios, mas também suas posições acadêmicas, ainda mais cuidadosos com as propostas submetidas. Desta forma, os comitês de revisão de projetos ficam menos aptos a liberar seu escasso dinheiro a propostas especulativas demais. A filantropia, grande mecenas para alguns pesquisadores de ideias incomuns, hoje atravessa problemas financeiros. Os avanços na tecnologia deixaram as pesquisas mais caras.

“Cientistas não gostam de falar sobre isso publicamente”, pois temem que suas afirmações sejam vistas como ataques aos institutos salutares que os sustentam, disse o Dr. Richard D. Klausner, um ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer. Klausner, entretanto, acrescenta: “Nunca tive uma conversa sobre o sistema de concessões onde não houvesse um incrível consenso de que ele não está funcionando. Essa é uma oportunidade terrivelmente perdida para os cientistas, pacientes, o país e o mundo”.

O Instituto Nacional de Saúde iniciou “experimentos-piloto” para ver se existe uma forma melhor de conseguir financiamento para projetos inovadores, disse Kington, seu diretor. Um deles é o “prêmio pioneiro”, iniciado em 2004, para “ideias com potencial de alto impacto, mas que podem ser ficcionais demais, atingir uma diversidade de disciplinas abrangente demais, ou estar num estágio inicial demais para se sair bem no tradicional processo de revisão por pares”. Porém, apenas de 3% a 5% dos requerentes conseguem a verba. Agora os institutos decidiram reservar até US$ 25 milhões para “bolsas transformativas R01”, descritas como “pesquisas excepcionalmente inovadoras, de alto risco, originais e/ou incomuns, com o potencial para criar ou derrubar paradigmas fundamentais”.

Cerca de 700 propostas chegaram, mas apenas um pequeno número deve ser financiado, de acordo com o Dr. Keith R. Yamamoto, biólogo molecular e vice-reitor executivo da escola de medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco, e co-diretor do comitê responsável por analisar as propostas. “Das leituras de inscrições até agora, vemos algumas coisas realmente fantásticas”, disse Yamamoto.

Dinheiro novo
Existe também o dinheiro novo, do pacote de estímulo econômico liberado pelo Congresso dos EUA, o que dá ao Instituto Nacional de Saúde US$ 200 milhões para “projetos de desafio” que durem dois anos ou menos. Entretanto, o INS já recebeu cerca de 21 mil projetos para apenas 200 bolsas de desafio. Os pesquisadores que se inscreveram admitem que não há muita esperança.

“Eu me inscrevi recentemente para uma dessas bolsas de desafio, como o resto dos lemingues”, disse o Dr. Chi Dang, professor de medicina, biologia celular, oncologia e patologia na Universidade Johns Hopkins, em Maryland. Porém, “há muito mais inscrições do que vagas”, explica.

Alguns cientistas experientes encontraram uma forma de contrabalancear o problema. Eles realizam os experimentos arriscados realocando dinheiro de suas verbas. “De certa forma, o sistema é codificado”, disse Yamamoto, permitindo que os bem-informados disfarcem e façam seus próprios atos em paralelo.

Grandes descobertas foram feitas com financiamento do INS sem manipular o sistema, disse Klausner. “Entretanto”, acrescentou, “acredito que isso geralmente tenha acontecido apesar, e não com a ajuda, do sistema de análise das propostas”.

Camas de bronzeamento artificial são cancerígenas, diz pesquisa

Comprovação é de estudo de agência que faz recomendações para a OMS

Um estudo da Agência Internacional de Pesquisas do Câncer (IARC, na sigla em inglês) indica que as camas e lâmpadas ultravioletas de bronzeamento artificial são cancerígenas.
Anteriormente, a agência, que faz recomendações à Organização Mundial de Saúde, classificava esses aparelhos de bronzeamento artificial como “prováveis cancerígenos”.

A pesquisa, publicada na edição desta quarta-feira (29) da revista científica "Lancet Oncology", eleva esses equipamentos ao nível mais alto dos cancerígenos – conhecido como grupo 1, ao lado do gás mostarda e do arsênio, por exemplo.
A decisão de alterar a categoria da exposição às lâmpadas a e à radiação dos equipamentos de bronzeamento artificial foi feita a partir da análise de 20 estudos sobre a relação entre o uso desses aparelhos e o risco de desenvolver o câncer.
Segundo os resultados, o uso dos equipamentos de bronzeamento artificial aumenta em até 75% o risco de desenvolver o melanoma – a forma mais fatal do câncer de pele – em pessoas que começam a usar os aparelhos antes dos 30 anos.

Proibição
A Sunbed Association, que representa empresários do setor, afirma que não há provas da relação entre o uso responsável das camas de bronzeamento e o câncer de pele.
Apesar disso, ativistas contra a prática acreditam que a decisão da IARC poderá aumentar a pressão para uma maior regulação da indústria sobre o uso desses aparelhos.

A Sunbed Association apoia a proibição do uso das camas de bronzeamento para adolescentes com menos de 16 anos, mas afirma que mais provas são necessárias para elevar a idade da proibição para 16 ou 17 anos.
Jessica Harris, da ONG britânica Cancer Research UK, que trabalha com pesquisas sobre a doença, afirmou que muitos estudos científicos já demonstraram com convicção a relação entre o uso das camas e o câncer de pele.
“Estamos tão satisfeitos que a IARC tenha elevado a categoria de risco das camas de
bronzeamento para o nível máximo”, disse Harris.
“A decisão apoia a recomendação da Cancer Research de evitar as camas de bronzeamento para fins cosméticos. Elas não trazem benefícios à saúde e sabemos que aumentam o risco de câncer”, afirmou.
Kathy Banks, executiva da Sunbed Association, negou as acusações sobre os danos causados pelas camas à saúde.
“A relação entre a exposição à radiação ultravioleta e o aumento no risco de desenvolver o câncer de pele somente ocorre quando há uma superexposição, ou seja, uma queimadura”, afirmou Banks.
“No entanto, as pesquisas mostram que 80% dos usuários das camas de bronzeamento artificial sabem dos riscos associados à superexposição aos raios ultravioletas e a maioria usa os aparelhos 20 vezes ou menos por ano”, disse.
Um porta-voz do Ministério de Saúde da Grã-Bretanha disse que as camas de bronzeamento artificial são “perigosas”.
“Precisamos nos certificar de que as pessoas que as usam, o façam com segurança. Se necessário, iremos analisar novas leis para proteger os mais jovens”, disse.

Laboratório japonês da Estação Espacial fará experimentos em biologia

Experiências do Kibo também abrangem medicina e biotecnologia.
Módulo é operado via centro de controle perto de Tóquio.
Do G1, em São Paulo

Laboratório Kibo, da ISS (Foto: Nasa)
Imagem divulgada pela Nasa, a agência espacial americana, mostra a instalação externa do Módulos de Experimentação Japonês - batizado de Kibo, esperança em japonês. O laboratório aprimora as capacidades de pesquisa da Estação Espacial Internacional. As experiências do Kibo vão priorizar medicina, biologia, observação da Terra, materiais, biotecnologia e comunicações.
Os experimentos realizados no Kibo, e seus sistemas de controle, são operados desde o Centro Espacial Tsukuba, ao norte de Tóquio.

Astronauta Tom Marshburn trabalha na 5ª e última caminhada espacial de tripulantes do ônibus espacial Endeavour na ISS. Os trabalhos externos de instalação e manutenção devem durar 6 horas e meia. (Foto: Nasa/AFP)

Simbolo da Biologia



Começando pela forma que foi utilizada como base para os elementos: o círculo. Na simbologia das formas, representa a união e perfeição, daquilo que começa e acaba em si mesmo. Assim, ele condiz com a proposta do próprio Conselho, somando e interligando valores, laços e vínculos entre os profissionais representados por essa instituição. Também representa o movimento, a atividade, reproduzindo a busca por melhores dinâmicas entre as relações dos biólogos. O azul, usado de forma mais clara no círculo, é uma cor profunda e calma, que a princípio, representa a água, mas que também passa a idéia de maturidade. O azul também é a cor da biologia.

A estrutura do DNA traz à tona um elemento sempre presente no cotidiano do profissional da área de biologia. A base de sua estrutura forma um espermatozóide, que fecundando o óvulo (círculo azul) dá origem a uma nova vida, com toda sua complexidade – a essência da profissão do biólogo.

Fator de grande importância para qualquer ser vivo, sendo a base dos estudos biológicos, a natureza é representada pelas folhas da base do círculo. Sua cor, não poderia ser outra, senão o verde, pois é a cor universal para a representação da natureza, passando a idéia de frescor, harmonia e equilíbrio.

A espiral, que se encontra dentro das folhas, é o símbolo da evolução e do progresso. O biólogo sempre deve buscar novos estudos e pesquisas que possam atualizar seus conhecimentos e acrescentar informações úteis a sua profissão. Esse elemento também possui uma interpretação mais subjetiva, podendo ser traduzido de diferentes formas, como por exemplo, a representação de um caracol ou da asa de uma borboleta, mostrando a interação do biólogo com a biodiversidade e o Planeta, na buca de sua conservação, manejo e sustentabilidade.

O símbolo traduz conceitos que envolvem o cotidiano do biólogo e também a importância da vida para essas profissionais. Ao agregar valores de união e evolução à marca CFBio, busca-se demonstrar a forma dinâmica e pró-ativa de relacionamento do Sistema CFBio / CRBios com o biólogo e a sociedade.

"Mundo inteiro" falhou em metas para ambiente, afirma ministério

AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo

Braulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, diz que o governo atualmente está em fase de coleta e sistematização de dados para, depois, concluir o balanço do sobre cumprimento de metas nacionais na CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica).

Mesmo com informações incompletas, ele diz que "no mundo inteiro a gente já sabe que não vai atingir as metas". Porém, afirma que houve avanços em algumas áreas.

"Na Amazônia, por exemplo, tivemos um avanço importante na redução do desmatamento nesses últimos anos, apesar de o desflorestamento predatório continuar." Ele ressalta que o número de áreas protegidas cresceu. "Só que a expansão ocorreu basicamente na Amazônia; fora desse bioma o percentual é mínimo."

Dias diz que hoje não há condições favoráveis no país para atingir as metas. "É uma guerra que estamos perdendo antes de começar." Segundo ele, é preciso criar mecanismos econômicos para premiar quem preserva a biodiversidade, como o pagamento por serviços ambientais.

Ele critica, ainda, a tentativa dos ruralistas de alterar o Código Florestal e deixá-lo menos rigoroso, legalizando o desmate de parcelas maiores de terra. "É incrível que, num país como o Brasil --um país que possui agricultura moderna, tecnificada-- exista apoio da bancada ruralista no Congresso Nacional para destruir o Código Florestal", diz. "Isso é dar um tiro no pé."

Em junho, o governo criou uma Câmara Técnica Permanente de Biodiversidade e Ciência. O objetivo é facilitar o diálogo entre governo e cientistas. Por meio desse órgão, cientistas poderão sugerir políticas públicas --como ações para ajudar a evitar a extinção de uma espécie de maneira mais ágil. A câmara também deverá acolher reclamações de dificuldades na realização de pesquisas.

Área habitável da Amazônia legal é de 13%, indica mapa


FÁBIO GRELLET
da Folha de S.Paulo, no Rio

O percentual da área da Amazônia Legal que é plana e favorável à ocupação humana é de 13%, mostra um novo mapa produzido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O órgão divulgou ontem dados mais completos do relevo da região, permitindo identificar também com precisão as áreas em alto risco de inundação, que também somam 13% do total.

"Isso tem importância tanto sob o aspecto econômico quanto para definir políticas públicas de proteção às populações ribeirinhas", diz Trento Natali Filho, geógrafo da Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE.

O estudo também revelou que 12% do território da Amazônia Legal tem relevo bastante acidentado e por isso é mais vulnerável à erosão, especialmente em terras desmatadas.

Esses fatores, segundo o IBGE, estão interligados: desmatamento favorece erosão, que, por sua vez, acelera inundações. Desde as últimas semanas, uma parte da região enfrenta grandes enchentes.

O levantamento do IBGE cobriu 775 municípios da Amazônia Legal em dez Estados (AC, AP, AM, MT, PA, RR, RO, TO, MA e GO). A área representa 59% do território brasileiro e abriga cerca de 20 milhões de habitantes. (FG)

Especialistas temem efeitos de nova lei na Amazônia

PAULO CABRAL
enviado especial da BBC Brasil a Belém

Especialistas envolvidos na preservação da Floresta Amazônica temem os efeitos da nova lei criada a partir da MP 458, que determina regras para a regulamentação da posse de terras na região.

Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com alguns vetos a mudanças introduzidas pelo Congresso Nacional, a nova lei é considerada um avanço, mas está longe de ser reconhecida como a solução definitiva para o problema do desmatamento.

Pedro Paulo Blanco/BBC

Mata devastada na Amazônia; especialistas temem legislação que regulamenta limites de propriedades da floresta amazônica

"O objetivo é interessante, mas ele está longe de ser alcançado", diz o procurador federal em Belém (PA), Ubiratan Cazzeta. "O Estado não tem estrutura para ter certeza de que as pessoas que vão pedir esses lotes estão em áreas já antropizadas [ocupadas pelo homem], que elas não estão abrindo novas frentes e que não há nenhum conflito na terra em questão."

"A MP vai permitir o avanço dos agentes econômicos da maneira que eles desejem e não de acordo com um planejamento de Estado", acrescenta Cazzeta. "Sem contar que a lei provavelmente vai abrir espaço para a oficialização de antigas fraudes."

O superintendente nacional para regularização fundiária na Amazônia do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), José Raimundo Sepeda, admite que o órgão precisa de mais recursos para fiscalizar e coletar informações com eficiência. Mas diz que fazendo parcerias e usando a tecnologia a deficiência pode ser suprida.

"Estamos fazendo parcerias com prefeituras, governos estaduais, a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] que nos auxiliarão nesse trabalho. E a qualquer sinal de irregularidade uma vistoria é determinada para conferir se há algum conflito ou fraude", diz o superintendente.

Para ambientalistas, um dos problemas mais graves da MP é o fato de prever a entrega gratuita da terra para quem tem até 100 hectares e a venda abaixo dos preços de mercado para aqueles que tem mais de 100 e menos de 500 hectares.

A diretora do programa Amazônia da ONG Conservação Internacional, Patrícia Baião, diz que a MP é um "avanço", mas teme que --ao dar a terra de graça ou vendê-la muito barato-- passe a ideia de que a Amazônia vale pouco.

"Hoje em dia, já fica mais barato para um fazendeiro da Amazônia desmatar mais um pedaço de floresta do que recuperar uma terreno já desgastado", avalia. "Se o governo passar essa ideia de que a terra na Amazônia pode ser de graça, esse fenômeno pode até aumentar."

Dívida social

Sepeda contra argumenta que a proposta do governo é determinar e regulamentar usos para todo o território da Amazônia Legal. "Vai haver terra privada, reservas extrativistas, reservas ambientais e outros tipos de uso que serão determinados e regulamentados. Não vai sobra espaço para as pessoas chegarem e ocuparem como no passado", diz.

O superintendente do Incra não vê problema em doar a terra aos posseiros com os menores lotes. Ao contrário, ele diz tratar-se do pagamento de uma "dívida social".

"Tem gente vivendo há décadas na zona rural na Amazônia sem nunca ter tido acesso às políticas públicas. Eu acho que por eles estarem ainda nessa atividade, não terem saído para engrossas os contingentes de famílias faveladas nos centros urbanos, nós temos é uma dívida com eles", argumenta.

Grandes e pequenos

Já o pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), Paulo Barreto, concorda com a avaliação de Patrícia Baião. Ele diz que mesmo os agricultores mais pobres deveriam pagar pela terra que estão recebendo, ainda que o governo crie facilidades para isso.

Barreto diz que mesmo agricultores mais pobres deveriam pagar pela terra. "Uma opção seria cobrar à vista das fazendas maiores para financiar e abrir prazos maiores para os pequenos", afirma. "Independentemente de qualquer questão social, aqui temos muita terra pública ocupada e quem a usa precisa pagar por isso."

Ele critica a proposta de dar três anos de carência e 20 anos de prazo para que fazendeiros com mais de 500 hectares paguem ao governo pela terra que receberem.

"Essas pessoas já estão na terra há muito tempo ganhando dinheiro com madeira ou agricultura", diz o pesquisador. "Não faz sentido dar vantagens a quem já está lucrando com terra pública."

Barreto coordenou no Imazon o estudo mais amplo já feito a respeito da posse de terras na Amazônia. Os pesquisadores estudaram dezenas de arquivos para comparar todos os processos de recadastramento de imóveis rurais já feitos na região.

A conclusão da pesquisa é de que falta muita informação a respeito das terras na Amazônia para se planejar um trabalho consistente de regularização.

"Tem uma área enorme que tem ocupação privada, mas o governo não sabe quem são estes donos e onde estas áreas estão. Então, em muitas regiões, não se sabe quem é o dono da Amazônia", afirma.

"O que as autoridades têm que fazer é uma varredura completa da Amazônia. É preciso ir de propriedade em propriedade, marcando em um mapa exatamente onde está cada fazendeiro. Só assim dá para fiscalizar e saber a quem punir quando houver alguma irregularidade."

O promotor Ubiratan Cazzeta diz que, sem essas informações na mão, o governo pode acabar regularizando a situação de gente que merece punição.

"Você tem que ir a campo, e não esperar que o campo venha até você", afirma o procurador federal. "Identificar as áreas de conflito verdadeiro e, a partir desse conhecimento dessa realidade, começar esse planejamento."

Vistoria

Mas o presidente do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), José Heder Benatti, diz que há um mal entendido por trás das críticas.

Benatti afirma que tanto o governo federal como o Estado do Pará vão vistoriar in loco todas as terras que forem receber títulos definitivos.

"O que não vai acontecer é uma vistoria como as que são feitas para os casos de reforma agrária, em que todas as benfeitorias tem que ser calculadas para a indenização", diz. "Mas certamente vamos ter que vistoriar todas as terras para marcar seus limites, conferir se não há conflitos e poder emitir um título definitivo."

O presidente do Iterpa avalia que a situação do Pará é das mais graves no país no que diz respeito a questões fundiárias.

"Nosso Estado foi o principal foco dos programas de colonização e desenvolvimento de infraestrutura na Amazônia, promovidos nos anos 80", afirma. "Isso acabou atraindo muita gente para cá de maneira desordenada e provocou os problemas que temos hoje."

Benatti afirma, no entanto, que está confiante de que há uma luz no fim do túnel e diz acreditar que ela nem esteja muito distante.

"Acredito que em cinco anos seja possível resolver 70% da questão fundiária na Amazônia", avalia. "E resolvendo estes 70%, vamos ter acabado com 90% dos focos de conflito que tanto atrapalham o desenvolvimento e a preservação da região."

"Os outros 10% são as propriedades muito grandes, que tem que ser tratadas de um modo diferente. Precisamos estabelecer algum limite à propriedade porque hoje não há nenhum impedimento legal para a quantidade de terra que uma pessoa pode possuir."

Por quanto tempo os escorpiões podem viver sem comida?




Existem cerca de duas mil espécies conhecidas de escorpiões, mas menos de 40 apresentam veneno capaz de matar seres humanos


















Em uma noite clara, você talvez consiga avistar no céu uma sequência curva de estrelas aninhadas entre Libra e Sagitário. Como diz a lenda grega, Ártemis, a deusa dos animais selvagens, enviou um escorpião para matar o caçador Orion. Por isso, a constelação de Escorpião foi colocada nos céus em posição estratégica, no extremo do horizonte oposto à constelação de Orion, como se estivesse perseguindo eternamente sua presa.

As menções a escorpiões remontam aos mais antigos mitos, uma vez que a espécie existe há pelo menos 450 milhões de anos. A forma distintiva de seu corpo e seu ferrão aguçado valeram ao escorpião milênios de reputação negativa. Eles são comumente associados ao mal e ao caos. Ironicamente, das 1,3 mil espécies de escorpiões conhecidas, espalhadas por todo o planeta, menos de 40 possuem veneno forte o bastante para matar um ser humano. As espécies perigosas estão radicadas no Oriente Médio, África, México, América do Sul e Índia. Mas isso não significa que os escorpiões não causem dor. Cerca de cinco mil pessoas morrem a cada ano por motivos relacionados a picadas de escorpiões [fonte: Leeming].

O escorpião é um membro da família dos aracnídeos, e parente próximo das aranhas, ácaros (em inglês) e carrapatos. Os aracnídeos têm quatro pares de patas e dois segmentos de corpo: o cefalotórax e o abdômen. Seus corpos são revestidos de um exoesqueleto feito de uma substância chamada quitina. Uma qualidade peculiar dessa casca externa é que ela torna os escorpiões fáceis de serem avistados no escuro. Devido a um produto químico desconhecido que existe na quitina, caso um escorpião seja iluminado por luz ultravioleta à noite, seu corpo fluoresce, ou brilha.

Já a cauda de um escorpião se divide em cinco segmentos (e termina com o ferrão venenoso), e no extremo oposto do corpo o escorpião dispõe de um conjunto de pinças semelhantes às dos caranguejos, conhecidas como pedipalpos, que ele usa para agarrar e esmagar presas.

Mas o escorpião não precisa empregar sua poderosa blindagem com frequência para capturar suas presas. Como o paciente pescador que espera uma mordida em sua isca por horas, o escorpião é um mestre na arte de esperar pela comida.

A dieta de um escorpião

É possível encontrar escorpiões em quase todos os habitates do mundo: florestas tropicais, savanas, desertos, montanhas e pradarias. Eles, em geral, se ocultam por sob as rochas e troncos a fim de preservar energia e se manterem refrigerados. Os escorpiões têm olhos múltiplos, como os demais aracnídeos, mas não enxergam bem. Para compensar esse fator, eles estão equipados com sensores especiais conhecidos como pectinas, na porção inferior do abdômen. As pectinas podem detectar trilhas de odores deixados por outros escorpiões, bem como o movimento do ar que circunda o animal.





Os escorpiões podem viver sem comida ou água por mais de um ano

Ainda que sejam animais noturnos, os escorpiões em geral não se deslocam muito em busca de comida. Em lugar disso, se alimentam de forma oportunista, ou seja, esperam que a comida venha até eles, em vez de desperdiçar energia caçando de forma ativa. E que tipo de comida eles esperam? Os escorpiões são aracnídeos carnívoros como as aranhas, que se alimentam primordialmente de outros insetos (em inglês) e até de outros escorpiões.

Veneno de escorpião testado como cura para o câncer

Uma proteína encontrada no veneno de escorpião pode levar a um grande avanço no tratamento do câncer de cérebro. Em forma isolada, a proteína venenosa não faz mal aos seres humanos e se conecta às células cancerosas do corpo. Isótopos radiativos acrescentados à proteína poderiam então matar as células cancerosas. Ainda que os pesquisadores não tenham determinado a eficiência do método, os pacientes terminais de câncer que receberam o tratamento com veneno em maior volume viveram em média três meses a mais do que outros pacientes envolvidos no estudo.

Um escorpião pode exibir suas tendências canibais até mesmo durante os rituais de acasalamento. Depois de depositar um espermatóforo fora de seu corpo para que a fêmea o absorva pela genitália, o escorpião macho precisa se afastar rapidamente. Caso não o faça, pode se tornar o jantar da consorte [fonte: Angier]. Se esse comportamento lhe parece familiar, você tem razão: as aranhas conhecidas como viúvas negras também se alimentam de seus companheiros machos.

Mas o que acontece caso não surja alimento? Com uma adaptabilidade que funciona muito bem em suas condições de vida isoladas, o escorpião possui uma capacidade incrível de desacelerar seu metabolismo a um ritmo equivalente a um terço do de insetos de tamanho comparável. Nos períodos de escassez, o ritmo metabólico do escorpião é um dos mais baixos entre todos os invertebrados [fonte: Lighton et al]. E, nesse ritmo, comer um inseto pode bastar para sustentar o escorpião por um ano. A fim de desacelerar seu metabolismo, os escorpiões se envolvem em um mínimo de atividades. De fato, para que possam manter aquele ritmo metabólico sonolento, muitos escorpiões passam de 92% a 97% de suas vidas completamente inativos, como se vivessem em um estado prolongado de hibernação [fonte: Leeming - em inglês].

Mesmo quando o corpo do escorpião se desacelerou a ponto de quase deixar de funcionar, o animal ainda assim é capaz de entrar em ação rapidamente para conseguir uma refeição. Mas quando um escorpião ataca sua presa, ele não a devora imediatamente. Em lugar disso, começa por excretar enzimas por suas pinças, ou quelíceras. As enzimas decompõem a matéria da presa antes que ela entre no corpo do escorpião, em um exemplo de digestão externa. Dessa forma, o escorpião maximiza os nutrientes que é capaz de extrair de sua refeição sem desperdiçar a energia envolvida em digestão interna.

Essa existência letárgica funciona bem para o escorpião, que é capaz de sobreviver por até 25 anos em diversos climas. Isso o torna o mais longevo dos aracnídeos. No entanto, dada sua dieta espartana, um escorpião que atinja essa avançada idade pode ter desfrutado de apenas duas dúzias de refeições em sua vida.

Fontes

* Angier, Natalie. "The Scorpion, Bizarre and Nasty, Recruits New Admirers." The New York Times. Nov. 27, 1990. (Oct. 10, 2008)

* "A taste for scorpion venom could be cancer's undoing." New Scientist. Oct. 2, 2008. (Oct. 10, 2008)

* Britt, Robert Roy. "Scorpion Venom Tested As Brain Cancer Treatment." LiveScience. June 27, 2006. (Oct. 10, 2008)

* Gouge, Dawn H.; Smith, Kirk A.; Olson, Carl; and Baker, Paul. "Scorpions." Cooperative Extension, College of Agriculture & Life Sciences, University of Arizona. (Oct. 9, 2008)

* Handwerk, Brian. "Scorpions Thrive Where Least Expected." National Geographic News. June 24, 2003. (Oct. 10, 2008)

* Hodgson, Erin W.; Lambert, Brooke A.; and Roe, Alan H. "Scorpions." Utah State University Extension and Utah Plant Pest Diagnostic Laboratory. June 2008. (Oct. 10, 2008)

* Leerning, Jonathan. "Scorpions of South Africa." Struik. 2003. (Oct. 10, 2008)

* Lighton, John R.; Brownell, Philip H.; Joos, Barbara; and Turner, Robbin J. "Low Metabolic Rate in Scorpions: Implications for Population Biomass and Cannibalism." Journal of Experimental Biology. Jan. 21, 2001. (Oct. 10, 2008)

* Polis, Gary A. "The Biology of Scorpions." Standford University Press. 1990. (Oct. 10, 2008)