Estudo cria carne bovina em pó com baixo teor de sal e gordura

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram um tipo de carne bovina que mantém o padrão nutritivo e, além de ajudar as pessoas que não podem mastigar alimentos sólidos, ainda possui teores de gordura saturada e sal menores que a versão tradicional. Trata-se da carne em pó solúvel - sem a adição de temperos, estabilizantes e corantes industrializados - que pode ser utilizada em dietas e dissolvida rapidamente em sopas, purês, cremes e patês.

O alimento é produzido a partir de cortes magros da parte dianteira e traseira do boi após o abate para, depois, serem misturados a uma solução rica em proteínas de alto valor biológico e ferro. O processo é submetido ao controle de qualidade do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

A agência USP informou que testes com o produto receberam boa aceitação entre pacientes de cirurgias bariátricas (redução de estômago) e pós-operatório de cirurgias labiopalatinas. Cada 100 g de carne em pó possui 80g de proteínas de alto valor biológico, 335 calorias e apenas 1,6 g de gordura. Conforme dados do Inmetro, na mesma quantidade de contra-filé grelhado sem gordura, são encontrados 2,02 g e no lombo grelhado sem gordura, 3,30 g.

"Numa pessoa adulta, uma porção de 15 a 20 g de carne em pó supre as necessidades diárias de proteína animal, ao lado da ingestão de leite e ovos", explicou à agência USP a nutricionista Suely Prieto de Barros, do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da USP de Bauru, uma das responsáveis pelo projeto. O objetivo do estudo é oferecer um produto que possa ser encontrado no mercado a um preço acessível.

Ainda em fase experimental, os pesquisadores descobriram que a carne em pó também é indicada para pacientes que realizaram cirurgias de cabeça e pescoço, câncer (quimioterapia e radioterapia), esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral, traumas múltiplos, Parkinson, Alzheimer, megaesôfago chagásico, entre outros.

Além de Suely, o alimento foi desenvolvido por Silvia Justina Papini-Berto, nutricionista e professora da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, e Maria Inês do Val Maringoni Marques, nutricionista do HRAC.

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